segunda-feira, outubro 31, 2005

Soneto do Amor ao Luar

Eu aqui novamente sozinho
Sentado na beira da praia, só.
Vendo ela chegar, tão de mansinho.
Jogada ao vento, tão bela. Ó!

Majestosa! Gloriosa! Perfeita!
És tu, bela ao luar, ao mar. Hei
De morrer por ter tido tal vista,
Por ver e não te tocar. Morrerei!

Então correndo ao teu encontro,
Vou. Quero te agarrar, abraçar,
Beijar. Quero te beijar ao luar.

Eu te amo pequenina, tu sabes,
Mas não queres crer, acho. Tu tremes.
Tremer de tanto amar, espero.

sábado, outubro 29, 2005

Triste

Triste.
Qual palavra rima com triste?
Viste?
Não, não viste.
Nada vês.
Nada rima.
Triste não é palavra.
Não tem vida, não é nada.
Triste. É dor.
Não, não é dor,
Dor, passa.
Tristeza acalma,
Mas não cessa.
É eterna.
Triste é saber
Que nada combina.
Triste é triste.
E só rima com triste.
Qualquer outra palavra-sentimento tem rima,
Mas triste, por ser triste é só.
E só, só com ela combina.
A única triste rima para triste
É triste.

quarta-feira, outubro 26, 2005

Poema de um Louco

A sabedoria é dos tolos
Para quê saber?
Se o saber ninguém sabe

O gosto de gostar,
Ninguém gostou,
Ou jamais provou

Ninguém nunca pensou,
Pois se pensasse,
Pensaria o que pensou
No seu pensamento

E imaginaria então,
O que ninguém jamais imaginou
Na sua imaginação
Imaginaria um único ponto

O ponto em que,
O amor, o ódio, a paz e a guerra,
Estivessem lá

Imaginaria o nada,
Pensaria no nada,
E saberia do nada
Saberia assim,
Do gosto do saber,
E imaginaria o pensamento

Depois disso,
O mundo seria,
O vermelho do amarelo

Seria assim,
O gosto de saber
O que o pensamento imaginou
O ódio de imaginar,
O gosto do pensamento do saber

E assim saber,
O que saberia se soubesse
O que sou

segunda-feira, outubro 24, 2005

Silêncio

Poeta revelaçao
Guigo_UchOa:

Como um anjo veio alegrar-me,
Como Deus veio salvar-me,
Como brisa veio confortar-me,
Porém como um simples sonho se foi,
Deixando apenas a marca da dor da perda...




Agora, o meu... numa crise de falta de inspiração que perdura até hoje...

Silêncio

Cabe ao Silêncio criar meus versos
Cabe ao Silêncio dizer minhas palavras
Cabe ao Silêncio me pronunciar

Não há barulho que interrompa o silêncio
Não há movimento que quebre o silêncio
Não há nada além do silêncio

O silêncio é a alma dos retirantes
O silêncio é a vida dos amantes
O Silêncio é o existir dos poetas

sábado, outubro 22, 2005

Anjos da Noite

(como prometido, vo postar o primeiro poema que eu escrevi, ele é, na minha opinião, um pouco cansativo. Mas antes gostaria de botar um link para o blog de um grande cronista: Samarone. www.estuariope.blogspot.com eu adoro suas crônicas por isso estou botando aqui... para os que lerem, espero que gostem.)

Anjos da Noite

Muito tempo procurei,
Mas jamais os encontrei,
Muito deles eu sabia,
Mas nada concretizei

Como anjos são chamados,
Mas se são eu não sei
Pouco se sabe sobre eles,
E esse pouco vos contarei,

Esses anjos são demônios
Andarilhos da noite
Amantes da escuridão

Suas armas são malditas,
Malditas como seus corações,
Corações que já têm dono,
E o dono é o seu coração
Que está ameaçado
Ao toque de suas mãos

Mas seus corpos são sagrados,
Belos e intocáveis,
Isso até onde sei,
Pois se foram tocados,
Ninguém nunca voltou para contar,
E se alguém já voltou,
Nunca voltou para o seu lar

Mas esses anjos não são cruéis,
Suas armas não nos ferem,
Seus corações são malditos
De tanto serem invejados,
Ninguém jamais voltou,
Porque quem os viu não quer voltar
Esses anjos são noturnos
Para que ninguém os possa ver

Muitos os encontraram,
Mas esses muitos não sabem quem são,
Poucos os enxergam,
Pois poucos são puros de coração

E isso eu digo com razão,
Pois até hoje nunca lhes tive uma visão,
E se eu os encontrar,
Eles não me enxergarão,
Pois de tão puros que são,
Não sabem que o que eu fiz,
Fora feito por amor

Muitas vidas eu tirei,
Com minhas armas,
Até almas estraçalhei,
Muito eu pedi,
Mas pouco consegui

Minhas roupas rasgadas,
Meu cheiro de sangue,
Minha lâmina mortal,
Minha sede de luta

Tudo fiz, mas nada consegui,
Então te procurei,
Mil anos de busca,
Mas nada encontrei

Então percebi,
Há muito te encontrei,
Mas procurando a perfeição,
Não te reconheci

Então, deixei de procurar a perfeição,
E procurei o que me completa,
E enfim te encontrei,
Ó Anjo Noturno.

sexta-feira, outubro 21, 2005

Fênix

Ó ave fênix,
Abres tuas asas,
Espalhas teu esplendor,
Por essas terras bélicas,
O teu grito de dor,

Nasces e renasces,
Cada vez mais pura,
Cada vez mais bela
Vieste das cinzas
E cinzas tornarás,

Ave fênix,
Ave da dor,
Ave da paz,
Ave do amor

Perdoaste essa terra
Terra de horror
Mais uma vez te sacrificaste,
Para trazer o amor,
Mas o ultimato foi dado,
Na tua próxima vinda,
Virás,
Para o nosso terror

Espalharás teu ódio,
O fogo eterno,
O teu fogo,
Que antes nos salvava,
Agora nos julgará,
E nos queimará,
Se preciso,
Para acabar,
O que fora iniciado

...

A nossa extinção


(Esse foi o meu segundo poema, o primeiro vou botar neste fim de semana.)

terça-feira, outubro 18, 2005

A Criação do Mundo

É preciso paciência e vontade para ler esse...
mas tudo vale a pena quando a alma não é pequena


Deus enfim criou
O universo ao seu redor,
O universo era escuro,
Preto e, por ele, só

Procurou companhia,
Mas não tinha quem buscar
Estava sozinho, no seu próprio lar
Desesperado, começou a chorar

As lagrimas da solidão,
Rios se tornaram,
Mas com o frio,
Se congelaram

O gelo trouxe a luz,
Com a luz
Veio o calor
E assim veio o fogo

A água fora esquentada,
Condensou,
E ar virou
Que tanto soprou

Com o tempo,
Fogo e água,
Agiram com harmonia,
Juntos se solidificaram

E a terra assim se formou,
Dela surgiu os minerais,
E os vegetais também,
Porque não os vegetais?

Deus viu tudo aquilo se formar,
As coisas belas,
Que a dor pudera criar,
Mas tudo era plano, sem graça

Deus então decidiu,
Sua criação modificar,
Deu-lhe nome e forma
E de MUNDO o chamou

O mundo era redondo.
Redondo, e bastante colorido
Verde, vermelho, azul e amarelo
Essas cores predominavam

Mas existiam outras também,
O mundo estava perfeito,
Mas faltava algo,
Algo muito importante

Faltava vida no mundo,
Deus não sabia como fazer
Uma companhia para Ele,
Porém não desistiu

Deus criou os animais
De todos os tamanhos e formas,
Colocou-os em lugares diversos,
Água, terra, fogo e ar

Os animais se adaptaram,
Aprenderam a viver em harmonia,
Mas não interagiam com o seu criador,
Tudo o que Ele queria

Mais tarde,
Deus criou,
O que viera ser chamado homem,
Sua maior criação

Deus colocou o homem na terra,
Para que pudesse interagir com ela,
Mas o homem estava só
Assim como seu inventor

Deus tomou o homem como brinquedo,
Resolveu então, ensinar-lhe as coisas.
O homem aprendia rápido,
E assim prosperou.

O homem interagia com o mundo,
Com os animais
E com Deus,
Que não estava mais só

Deus queria tornar o homem perfeito,
Mas viu que,
Só ensinando-lhe as coisas,
Não conseguiria

E então teve uma idéia,
Daí nasceu a mulher
Que, como o homem,
Interagiu com tudo

Deus uniu
Homem e mulher
Deu-lhes os sentimentos,
Tudo estava perfeito

Porém,
Deus se viu,
Mais uma vez,


Ele ficou com raiva,
Tudo o que ele criou,
Tinha uma parceira,
Menos Ele

E assim como deu o amor aos homens,
Deu-lhes o rancor,
Para que eles aprendessem a viver
Como seu criador

Com o tempo,
Deus se arrependera,
Porém os homens aprenderam a viver
Com o amor e o rancor

Deus então resolveu
Dar o dom de perdoar
Para que eles pudessem viver em paz,
E ensinou-lhes a perdoar

O homem aprendeu isso também,
E, mais uma vez,
Estavam juntos,
E se uniram

Unidos, ajudaram Deus,
A melhorar o mundo
Os homens se comunicavam,
Viviam se ajudando

O tempo passou,
Mas nada mudou,
Estava tudo perfeito,
E assim continuou...

...

Porém algo deu errado
E assim o mundo está

...

segunda-feira, outubro 17, 2005

Mundo, mundo Doce Mundo

Mais um improvisado...


Mundo, mundo
Doce mundo
Sobre ti,
Está a mácula
Está a divindade
Está o ódio
Está o amor
Estou eu
Estamos todos

Mundo, mundo
Doce mundo
Prepara-te,
Meu mundinho
Em teu mundo
Nada é,
Mas tudo será

Mundo, mundo
Doce mundo
Arma-te
Protege-te
Ama-te
enfim
Sufoca-te

Mundo, mundo
Doce mundo
Não queria te falar
Mas teu futuro
Não é amanha
Teu futuro
Não é hoje
Teu futuro
Não foi ontem
Teu futuro
Não existe
Tu morreste
Tu acabaste
Enfim...
Tu não existirá
Para ter um futuro

domingo, outubro 16, 2005

Inconsolável

A tinta chora
Os versos que escrevo.
O papel se lamenta.
Inconsolável.
Divide minha tristeza.
Pobre coitado.
Sustentar este fardo
Sobre ombros tão cansados.
A tinta chora por mim.
Inconsolável.
Os versos lamentam
Uma cantiga tão triste.
Inconsolável.
Estou.
A cantiga acaba
com versos lacrimejantes.
A tinta enfim se cala.
O papel é que chora.
Inconsolável.

sábado, outubro 15, 2005

Quem é você?

Quem é você?
Responda-me!
Você, que anda desajeitado pela rua
Você, que não sabe o que fala
Você, de tantos preconceitos.
Quem é?
Estou falando com você.
Você, que olha a lua
Você, que observa as pessoas
Você, que não se enxerga.
Quem?
Diga-me.
Quem é que tanto pensa no passado?
Quem é que acolhe os pecados?
Quem é que não aceita maltratos?
Quem?
Você.
Mas quem é você?
Hãn?
Será mesmo quem diz que é?
Logo você, que nada me esconde?
Você, que está sempre ao meu lado?
É você, logo você!
Minha própria sombra...

sexta-feira, outubro 14, 2005

Lógica do Mundo

Ontem, por volta desse mesmo horário(8:20pm), fui indicado a
fazer um poema com um tema um tanto quanto tentador...
Enfim, me vi "necessitado" a fazer este poema. Então,
Vou tentar improvisar os versos e fazê-lo agora.

Lógica do Mundo

Os anos se passaram,
Lentamente.
Rápidamente.
Até que estagnaram.

Tudo era assim...
Tão diferente.
Tão indiferente.
Parecia o começo do fim.

O mundo tão diferente
de como era no passado
As pessoas indiferentes,
Só pensavam no pecado.

Mas qual a lógica então?
Se nada é como era.

O futuro é um reflexo.
O presente é o momento.
O passado é esquecimento.
O passado é menos complexo.

O futuro não existe.
É apenas um momento utópico.
Uma idealização que persiste.
Um desejo nada lógico.

Qual a lógica do mundo?
Se nada nele tem lógica.

Qual a lógica em construir?
Construir é idiotice.
Mas a verdadeira burrice
Está em destruir.

Tudo em vão.
Tudo perdido.
Porque então?
Foi tudo tão sofrido.

O mundo quando se formou.
Formou-se tão sem graça...
Era uma desgraça!
Por isso se deformou.

Acho que foi assim que aconteceu.
O mundo em seu apogeu
Era um lugar tedioso.
Por isso a destruição é um ciclo vicioso.

Qual a lógica em ter?
Simplesmente.
Magnificamente,
A graça é não ter!

A Lógica do Mundo,
Por fim descubro,
É acabar com o mundo.
Nada menos obscuro.

É instintivo.
É a lei da Renovação.
É a lógica do mundo.

Por isso, na Terra temos nós
E não outros alienigenas.
Nós somos a mácula.
Nós somos a queda.
Nós somos a desgraça.
Nós somos a malícia.
Nós somos o apocalipse.
Nós somos... o Mundo!

Por isso guerreamos.

A lógica do Mundo
é a auto-destruição.
Ou não...
Se não for...
Agora é tarde...
Agorá é ilógico...
Agora... somos nós...

O Mundo agora são fragmentos.
Do reflexo que imaginavam
Para ser o futuro.
O Mundo não é mais mundo.
É a louca vontade de acabar.
Extinguir.
Pôr um fim!


Receio que passei uma hora fazendo este poema...
provavelmente porque não vejo no mundo uma lógica,
Acho que se o mundo fosse lógico, seria pior que já é...
Não tem para quê pensar em lógica.
Temos que pensar na vida...
Pensem na vida e...
Carpe Diem!

quinta-feira, outubro 13, 2005

A - Z

As nuvens se dissipam.
Brota melancolia
Caem sobre nós
Duvidam da nossa força
Espalham a tristeza
Fazem-nos chorar
Gostam do sofrimento.
Hilário somos nós
Indagando sobre a vida
Jogando com ela
Lindo jogo.
Manhã se desfaz
Noite se aproxima
Os frutos de nossa alegria
Procuram seus donos
Querendo acalmar.
Rubro crepúsculo
Sobra ventos gostosos
Tempo ruim se foi
Uivos chamam a lua
Vitoriosos eles se calam
Xamãs param com a feitiçaria
Zarpam para o horizonte.

Apresentação

Antes de mais nada, esse será um espaço para
publicar minhas idéias e opiniões, através de
poesias ou textos.
Não vou tardar a postar minhas obras,
se assim posso chamá-las.