quinta-feira, novembro 24, 2005

Saudades

Hoje me agonizo,
De tal modo,
Que meu coração
Me sufoca.
Parece-me estranho
Uma imagem que me aparece,
Em meus sonhos,
Em minha vida.

Sinto falta desta imagem,
Como se fosse
Parte de mim,
Minha sombra.

Sinto falta de pessoas,
De amores imaginários,
De pessoas inexistentes,
De amigos que não tive.

Sinto falta,
De alguém ao meu lado,
De pessoas que foram embora
Como se não existissem.

Sinto falta,
Acima de tudo,
De minha sombra,
Que saiu de mim.

domingo, novembro 20, 2005

Porque será?

Porque será que me sinto tão calmo?
Está tudo estagnado,
Tudo me bloqueando, me atrapalhando,
Mas mesmo assim... estou feliz
Porque será?

Porque será que não ligo para o tempo?
Tanto faz... só preciso estar...
Não importa aonde... mas preciso estar...
Com você.
Porque será?

Posso passar o dia parado,
É só estar contigo,
Nada mais se faz necessário.
Só você.

Não há tormenta se estás comigo
Porque será?
Não há dor, não há pânico.
Porque será?
Porque estás comigo.
E isso é tudo.

Porque tua companhia é o que me faz feliz
Porque o tempo para se estou contigo
Porque o movimento ou não, não importa.
Só preciso estar com você.
Porque é você quem eu amo.
É você minha alegria.

quinta-feira, novembro 17, 2005

Poema sob Face Encharcada

Pouco a pouco vou percebendo
E a agonia vai crescendo.
Saber, o que todos sabem.
Crer no que todos creem.

Pouco a pouco vou perdendo o ânimo.
Pouco a pouco percebo meu inimigo
O inimigo de todos, na verdade.
E a vida vai perdendo a simplicidade.

Pouco a pouco noto que tudo é água.
Tudo flui. Tudo passa. Tudo é água.
Cada segundo que é já foi.
Nada volta ao belo que um dia já foi.

Toda rosa murcha. Todo dia acaba.
Toda estrela morre. Toda existência cessa.
Os versos acabam com um Enfim
Todo carnaval tem seu fim.

Toda a vida sendo extraída,
como um minério em sua jazída.
O Ser é. O Não-ser, não é.
Tudo é, mas o nada não é.

E o nada é o futuro, é o presente,
é pretérito. Parfait ou não.
O nada é a existência de um ego.
O nada é o não-ser de um ego.

O nada e o tudo se confundem.
Assim como as palavras.
Assim como os versos.
Assim como o poeta.

E assim, despercebidamente,
Vejo tudo se acabar.
Vejo cada segundo passar.
Vejo a rima dormir profundamente.

Vejo tudo se extinguir.
Vejo o pranto se erguer
Sobre nossos ombros.
Vejo tudo.

Metamorfose.
Ciclo.
Transformação.
Continuidade.

Quando a vida parece ser a mais bela valsa,
Uma corda se parte e interrompe a partitura.
A vida é uma partitura, cheia de fusas e semi-fusas.
Mas também, é uma partitura sem rittonerllos.


*Perdoem-me a confusão do poema... mas é assim que estou.

Felicidade a todos. E obrigado por lerem.

quarta-feira, novembro 16, 2005

Olhos Negros

Pérolas perdidas
no etéreo.
Como brilhantes
que perdem a luz
em meio de tal absurdo
que é o mistério.

Olhos que não mostram.
Olhos que não vêem.
Olhos que escondem
tudo o que deve ser mostrado.

Olhos que olham o nada.
Olhos negros
que brilham como água
num rio de leito turvo
sem perder a pureza,
Mas não deixam de ser misteriosos.


Pérolas de hoje:
*To que nem cego no escuro
*É Pinóquio mexicano
*Put Throuuuugh alguém, entendeu?

hoje foi um dia perolado, mas não lembro de todas...

terça-feira, novembro 15, 2005

Minha Mente, minha prisão

*Tirada do fundo do baú... minha terceira poesia
escrita no dia 26/4/04... exatamente um mes depois da primeira

Nesse universo escuro,
Lugar das minhas visões,
Portador dos meus pensamentos,
Estou preso

Meu corpo está livre,
Mas minha mente não,
Criando muros e barreiras,
Amarrando meu corpo no chão,
Por entre nós e entrelaces,

Nessa imensidão desabitada,
Nessa escuridão matutina,
Nesse torpor obscuro,
Minha mente se desprende

Minha mente ordena,
Meu corpo desobedece,
Na escuridão,
O inconsciente traça trilhas,
Mas o material as desfaz,
Fugindo da realidade

Todavia a prisão não se desfaz,
Mostrando a realidade,
Ao que se prende na fantasia,
Mostrando a calmaria,
Ao que vê a nebulosa,
Para que num momento,
Ajam com harmonia
Corpo e alma em sincronia,
Já que suas brigas são eternas.

Querer

Quero sofrer da dor que já foi tua
Quero sentir a tua ferida
Quero em mim tuas mágoas
Quero que não sofras mais,
eu sofro por ti
Quero tocar tua pele nua
Quero conter lágrimas de partida
Quero do teu rio receber águas
Quero tudo intenso demais
Quero meu amor expandir
Quero te fazer feliz.

Pedro Matos e Rhayanna Queiroz

terça-feira, novembro 08, 2005

Poema do dia 8/11/2005 (Crises de uma mente assassina)

Fiz esse poema agora... por isso ainda não tem título...


Formou-se um vazio em mim.
No vazio criou-se a raiva
Extrapolando os limites,
Explodindo em minh'alma,
Tento expelir. Falho.
Tudo se torna cansativo.
Ira. Ódio. Rancor.
Está tudo isso cá dentro de mim.
O ar se corta.
Meus movimentos não são mais os mesmos.
Eu não sou mais o mesmo.
Nada é como era antes.
O sangue escorre em minhas mãos
Para escrever este poema.
Não sou mais o mesmo.
Agora, nada sou, senão uma besta.
Uma reles criatura raivosa.
Rancorosa.
O chão treme ao ouvir meus passos.
O ar se desloca,
não quer ser minha vítima.
Agora vejo o que é a mácula.
Mácula do apodrecimento.
As flores murcham ao meu presságio.
Meu cheiro não é o mesmo.
Meu olhar é assassino.
Tento novamente expelir a raiva.
Falho. É preciso sangue.
Sangue intruso.
Sangue medroso.
Sangue ardil.
E, às minhas mãos cabem tal tarefa.
Tirar o sangue.
Acabar com a raiva.
Murchar a flor(vida).
O ar bestial novamente em sincronia.
Não sou homem. Não sou besta.
Sou um híbrido. Meio a meio.
O sangue em minhas veias não é suficiente,
Corro em direção ao desconhecido.
Alguém se aproxima.
Minha vítima.
Minha presa.
O sangue pára.
Agora, só sou besta.
Assassino.
Vejo o sangue em minhas mãos.
Sangue intruso.
Sangue medroso.
Sangue ardil.
Curei-me do ódio.
Da ira, do rancor.
Não tenho mais nada.
Formou-se um vazio em mim...

segunda-feira, novembro 07, 2005

É Difícil Imaginar

É difícil ver o mundo assim.
Tão bruto, tão só...
É difícil imaginar
Que vivemos com medo,
Com medo de pessoas...
É difícil imaginar
Que chegamos a este ponto...
Matar por achar que é certo,
Que é prazeroso...
É difícil imaginar
Que já fomos civilizados...
Pensávamos
Que extraterrestres iriam invadir nosso planeta
E acabar conosco.
Talvez eles queiram isso,
Talvez não,
Mas isso não importa mais,
Pois já estamos fazendo isso.
Não podemos mais sair de casa,
Estamos cercados pela discórdia,
Pela guerra, pela morte,
Entramos numa guerra
Da qual já saímos derrotados.
Estamos transformando máquinas em homens,
pois já viramos máquinas.
O homem nunca foi tão lobo,
Tão louco, tão tonto,
Tão forte, tão burro,
Tão solto, tão preso...
Nunca foi tão homem...

domingo, novembro 06, 2005

XXVI

1, 2, 3
O que ninguém sabe,
Eu também não sei

1, 2, 3
O que todos perguntam,
Eu não quero saber

1, 2, 3
Começo com isso,
Termino com o quê?

1, 2, 3
O tempo passa
E eu aqui
1, 2, 3
O que acontece no mundo,
Será escrito aqui

1, 2, 3
O mundo está em guerra
Todos morrem quando escrevo

1,
Todos estão na luta
2,
O mundo foi corrompido
3,
Não posso mais escrever

1, 2, 3
Sou vitima da guerra

1...
2...
3... milhões morreram?

Talvez mais...

sexta-feira, novembro 04, 2005

Poema do Renegado

No claro vejo o escuro
No passado vejo o futuro
Na sombra sou o sol
Dos passos que vão ao horizonte
________________[sou a vertical.
Do nada que me resta
___________[sou o tudo que me completa.
Do vago sou o lago.
Da aldeia sou a honra
do soldado que não tem glória.
Do nada, sou a sombra.

quarta-feira, novembro 02, 2005

Voltas da Vida

O que é a vida, amiga minha?
Pra uns não passa de coisa mesquinha.
Para outros, uma aventura exuberante.
Para mim é muito excitante
Cheia de murmúrios e festejos.
Tantas voltas ela dá,
Tantos caminhos a traçar,
E longas estradas a percorrer,
Tantas dores a sofrer,
Tantas coisas a aprender
Mas pouco tempo pra viver.
Tantos rumos diferentes,
Atos inconseqüentes,
Fazem-nos aprendizes constantes,
Essas pessoas tão distantes
que levam vidas errantes
Num paraíso inconstante...
Precisam sempre de uma motivação
Senão, a vida será a destruição
Ou será completamente em vão
E, em vão existirão
Caso se torne pedra o coração.

(Pedro Matos e Rhayanna Queiroz)