sexta-feira, dezembro 30, 2005

A Relief

Sometimes I ask myself if this whole thing is really real...
Sometimes I wake up thinking that the dream's over...
Sometimes, I fell like I'm the luckiest guy in the world,
As well, sometimes, I think that I'm not loved anymore...
Sometimes I feel like nobody can see me,
I feel as everybody had forgotten me...
Sometimes I fell depressed,
Sometimes I fell like I'm holding the world on my shoulders
Sometimes I want to expel all the anguish
Sometimes... just sometimes...
I want to give up this journey, and wander...
without motivations, without company, without anything...
But then, I realise that I can't give up
I must continue my journey,
resisting all the pain I suffer...
In the end...
I will see that the whole thing wasn't a waste of time...
At least... I hope so...

sábado, dezembro 24, 2005

O Espelho

Olhar-se no espelho
Ver-se em simetria plena
Serei eu o reflexo,
Ou a Imagem?
Quem sabe?

Quebrar o espelho
e ver tua imagem repartida.
Serás o reflexo agora?
Será tua vida o espelho?
Serás apenas uma parte de um todo?

Quando o espelho quebrar-se,
verás teu futuro, teu passado
Teu presente.
Cada fragmento do vidro
É um trecho de tua vida,
se rompendo, se separando...

Será o espelho minha vida?
Será meu reflexo,
meu verdadeiro EU?
Serei ele, ou ele sou eu?

Será nosso mundo um conjunto espelhado?
Serdes vós um outro reflexo?
Dentre vós sou um espelho. Afirmo.
Pois virdes em mim vosso reflexo.
Sou um reflexo destrutivo.

quarta-feira, dezembro 14, 2005

O Poeta

Eu sou assim:
A sombra
do meu próprio eu,
O eu lírico
de um poema jamais escrito
Sou o renascer.

Sou da vida
o ante-morte,
Sou o existir,
sou a existência,
mesmo quando a vida
já não mais importa.

Sou filho de Adão,
Irmão de Cain,
Sou uma cria de Zeus,
Não mais impotente que Apolo
Sou filho desta Terra,
Sou irmão da minha sombra,
Sou pai da minha vida.

Dos astecas, sou a erva
Dos ciganos, a adaga
Dos chineses, o dragão
Pelas flores, sou a íris
Pelos egípcios, Osíris
Pelos xamãs, a serpente

Nesse mundo, sou a água,
se por assim dizer,
sou o fluxo.

Nomeio-me então Pedro,
Nada mais, nada menos,
Pedro, da cidade das pontes!
Pedro, o ser
que a morte deve temer!

Nasci num dia único,
o dia do Subterrâneo,
o dia das trevas,
o dia do Sombra,
o meu dia.



Intensidade,
a palavra que me define.
Sou o oculto.
Sou o mistério.
Sou EU, e isso é o bastante.

Sou o vingador,
Sou o errante,
Sou o amante,
Anjo caído,
Ser invisível,
Poeta insensível...

Sou somente o que me fascina,
Sou maior que minha vida,
Sou o que me condiz,
Sou menos que um aprendiz,
Sou apenas um servo,
Ainda que cego,
Sou apenas dois,
embora igual a vós.

Sou Poeta, sonhador,
Sou um Eu Imaginário!

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Lembranças

Das velhas botas,
Só as solas voltaram,
Longos caminhos,
Caminhos sem volta,
Caminhos sem botas

Aquelas roupas,
Marcaram presença,
Se foram com pressa,
Longos trapos,
Hoje formados

Alegres brincadeiras,
Sem eiras nem beiras,
Hoje lembrança,
De um risonho passado,
De um gordinho de tranças,
Com um passado enterrado

Sonhos de criança,
Vieram à tona,
Aqueles longos caminhos,
Aquela pobre criança,
Vivia na lona,
Hoje nos sonhos,
De um velho mesquinho
Passado que se foi,
Passado mal passado,
Pretérito imperfeito,
De um livro mal escrito,
Tempo do borrão,
Que hoje é a redação,
De um velho analfabeto,
De um velho com paixão

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Às escondidas

Lua, que bela és.
Um dia ainda serás minha.
É impossível não me sentir assim.
Zombar, não adianta.
Amar-te é meu destino.

(Faço esse poema às escondidas
porque quando te vejo assim,
tão serena, fica difícil me concentrar)

Embora pouco te veja,
Uma só vez por dia.

(Um dia serás minha por completo,
não por um período, talvez assim
declarar-te-ei o meu amor)

Mas, um dia,
Embora não pareça.

(Vou te seguir por todo lugar,
assim ficarei contigo sempre)

Minhas promessas eu vou cumprir
Ou de nada valerá este poema.

terça-feira, dezembro 06, 2005

As Cores

As cores de minha alegria
O preto me isola
O branco me guia
O azul me protege
O verde me dá vida
Dos raios do sol,
O vermelho me aquece
Da luz da vida
É o amarelo que me ilumina
Na terra em que ando
O marrom me sustenta
Roxo é misterioso,
Imprevisível como minha alma
Assim é minha vida,
Radiante como o laranja
Calma como o cinza
Poderosa como o arco-íris.

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Anjos

Ando sem parar
Ando sem cansar
Ando pelos bosques
Ando pelas ruas

Encontrei uma praça
Nunca vista antes
Nela há um banco
Com uma linda criança

Ninguém esta por perto
A criança não fala
Procura alguém
Procura algo

Me aproximo
Ela não se move
Pergunto seu nome
Ela não me responde

De repente ela levanta
Toca em mim
Aura pura ela tem
Semelhante a de um anjo

Asas aparecem
Purifica minha alma
Ela some
No céu uma estrela brilha

Volto a andar
Como se nada acontecesse
Ando pelas praças
Ando por minha casa

Tento me lembrar
Por onde eu passei
Faço e refaço
O caminho escolhido

Aquela estrela que brilhou
Fora um anjo que voltou
Quantos mais se perderam?
Por eles estou a procurar

Nessa minha caminhada divina
A caminhada diária
Quantos anjos já achei
E quantos acharei?

Continuo a procurar
Aquela bela menininha
Quem sabe ela não que voltar
Para essa minha terra querida.

domingo, dezembro 04, 2005

Alegria

Tantas cores eu via
Mas nenhuma eu sentia
Até aquele belo dia
Que me trouxeste alegria

Foste embora
Mas o destino te trouxe aqui
Pelo mundo afora
Foi num relance que te vi

Naquele momento
Nem todas as dores que eu sentia
Foram capazes de atrapalhar
A minha alegria

Eras a luz
Perante toda aquela escuridão
Iluminaste meu dia
Como fizeste,
Durante toda minha ascensão

Tuas belas mãos
Eu toquei
Te protegi,
E abençoei,

Nos teus olhos
Me fixei,
Já que neles
Esbanjava alegria
E agradeci ao meu Deus,
Por ouvir as minhas orações

E o teu sorriso,
Como sempre,
Acabou com minha tristeza
Minha alegria,
Manifestou-se como nunca

Daquele dia em diante,
Tua imagem não mais se afastava,
Na minha cabeça,
Ela me amava

E assim reinava,
A alegria
Dentro desta pobre alma
Até o dia em que a mim vieste
E desejaste,
Não mais se separar

Aquele dia foi marcado
Com amor e alegria
Alegria eterna,
Já que cumpriste tua palavra
E não mais te separaste de mim

E enfim estávamos,
Onde um dia imaginei,
Que jamais estaríamos,
No lar,
Da Eterna Alegria

sábado, dezembro 03, 2005

A Cidade sem Ninguém

A cidade está vazia
Mas as luzes estão acesas.
Vago por essa cidade,
A Cidade sem Ninguém.

A cidade está perdida,
Achada pelas almas,
Sombras que vagam,
Possuem vida,
Mesmo estando mortas,
Assassinadas pelo tempo,
Tempo que parou,
Mas parou nessa cidade,
A Cidade sem Ninguém.

Nessa Cidade,
Não há mais rastro de vidas,
Vidas que se foram
Com apenas um olhar,
Olhar do Deus maligno
Que acaba de lançar,
E um membro da cidade,
A cidade solitária,
Eu acabo de tornar,

A pouco descobri,
A cidade é povoada,
A cidade era perdida,
Mas perdida pelo meu mapa,
Almas e sombras,
As que perambulavam,
Eram pessoas,
Que se movimentavam.

Morto estava eu,
Andando nessa cidade,
Após olhado pelo Deus,
Que na verdade,
De uma princesa
Não passava,
Cheguei nessa cidade,
A Cidade Abandonada.

Agora vivo eu,
Nessa cidade povoada,
O tempo voltou,
Enfim nos encontrou,
Então estou eu,
Com minha vida pacata,
Nessa cidade,
A cidade não mais
Despovoada.

sexta-feira, dezembro 02, 2005

A Cidade Grande

Vem à praça
Um velho pássaro
Que parece um sabiá
Todo dia,
Pia e canta,
Até o sol se esconder
Vendo a ave pousar,
E em seu ninho se aquietar
Admiro com freqüência,
Nesta cidade grande
Como uma pequena criatura,
Acalma-se nesse inferno sonoro?
Vale a pena parar pra ver
O feito dessa ave
E porque não parar tudo?
Pergunto-me com freqüência
Por que não parar pra ver
A voz da tranqüilidade,
A agitação do silencio,
A serenidade da natureza,
A pureza do Ar?
Então eu paro,
Olho, observo,
Acalmo e tranqüilizo,
Para voltar,
Para a vida agitada,
Da Cidade Grande